14/02/2023

Origem do chá em sachê

O chá pode ser quente, frio gelado, de folhas soltas e grandes, de pequenos pedaços, em infusor de inox ou em sachês. Mas de onde veio essa ideia de usar sachês? Será que é bom?

Em 1901, as americanas Roberta C. Lawson e Mary Molaren, registraram a patente de um sachê para chá, feito de tecido em algodão que não alterava o sabor, muito semelhante aos ainda utilizados hoje em dia. Elas criaram o saquinho para evitar o desperdício, visto que a bebida era mais apreciada quanto mais fresca estivesse.

Entretanto, a versão de sachê que viralizou foi a de Thomas Sullivan (alguns relatos são de 1904 e outros de 1908), que fez uma bolsinha de seda e as bordas seladas com cola na qual ele entregava suas amostras de chá, porém agregava algum sabor à bebida. E você sabia que esse formato também fez parte da alimentação dos soldados durante a Primeira Guerra Mundial? E que chegou para ficar na Inglaterra, somente nos anos 50? Sim, foi exatamente isso que aconteceu!

Desde então, a matéria prima dos sachês foi modificada de acordo com a evolução da tecnologia e isso pode ser bom ou ruim... Existem os sachês feitos de filtro de papel, que não geram resíduos após o seu uso, mas dependem de uma boa análise na hora da sua compra, pois devemos lembrar que ele não pode conter cola ou grampos para o arremate das bordas ou na colocação do fio para puxar o sachê, que irão interferir no sabor do chá. O filtro de papel não é translúcido, impedindo assim, a visualização do seu conteúdo e permitindo a inclusão de galhos, de outras folhas e até folhas muito moídas (pó) em seu interior que também irão interferir no sabor e qualidade da sua bebida. Outro detalhe muito importante é que o filtro de papel para ficar branquinho, necessita de um processo químico de clareamento, um alvejante (sim, como aquele que usamos na lavanderia).... normalmente, a indústria utiliza a epicloridrina, que faz parte das substâncias cancerígenas já comprovadas. 

Existem outros tipos de sachês (que podem ser quadrados, retangulares, redondos e piramidal) que podem ser feitos de nylon ou de PET, um polímero termoplástico, eles possuem transparência, mas não retém o pó de folhas (chá), entretanto alguns estudos apontam que eles podem liberar micropartículas plásticas na infusão, consequentemente iremos ingerir plástico!

E você já se perguntou o quanto de microplástico já ingeriu hoje? Sim, estes microplásticos (MP) estão no ar, em organismos que vivem no fundo do oceano, na água que bebemos, nas nossas fezes e já foram detectados até no sangue humano. Por enquanto, os cientistas não conseguem determinar os riscos deste consumo de microplásticos em seres humanos, porém em ser vivos marinhos já foram observadas alterações na estrutura anatômica de alguns deles.

Mas nem todo sachê piramidal transparente é feito com plástico… Alguns sachês são feitos de ácido polilático, o PLA que são produzidos a partir da fermentação, provocada por bactérias, de recursos vegetais ricos em amido renováveis (como milho, mandioca, etc.) gerando polímeros biodegradáveis a partir das cadeias de ácido lático. Além disso, ele também é compostável e reciclável. E é reconhecido como a nova geração de materiais de filtros verdes sustentáveis.

A sustentabilidade e todo cuidado com o meio ambiente tem sido uma força motriz na busca por novos produtos e embalagens que causem menos prejuízos ao nosso planeta e também ao nosso organismo.

Fique atento e faça boas escolhas, sempre ao lado de uma boa xícara de chá!!